OPINIÃO
Publicado 13 Agosto 2007
Camilo Lourenço'Moral hazard'camilolourenco@gmail.com
1987... 1997... 2007. Parece sina. De dez em dez anos (mais mês, menos mês), os mercados financeiros apanham um susto. Embora por razões diferentes. Em 1987 foi o défice da balança comercial dos EUA. Em 1997 foi a crise cambial asiática. Agora é a crise do crédito imobiliário de alto risco. Parece sina... mas não é. É apenas o tempo necessário para os mercados digerirem os excesssos que eles próprios vão criando. Qual o impacto desta crise na economia mundial? Provavelmente pequeno. Porque o1987... 1997... 2007. Parece sina. De dez em dez anos (mais mês, menos mês), os mercados financeiros apanham um susto. Embora por razões diferentes. Em 1987 foi o défice da balança comercial dos EUA. Em 1997 foi a crise cambial asiática.
Agora é a crise do crédito imobiliário de alto risco. Parece sina... mas não é. É apenas o tempo necessário para os mercados digerirem os excesssos que eles próprios vão criando.
Qual o impacto desta crise na economia mundial? Provavelmente pequeno. Porque os bancos centrais aprenderam com a lição de 1929 (deixam os mercados entregues a si próprios).
Por isso é que já injectaram mais de 150 mil milhões de euros. Porque como esta é uma crise de liquidez, se não faltar dinheiro para acalmar os investidores, em poucas semanas a confiança regressa.
O problema é saber até onde deve ir a intervenção dos bancos centrais. Deve ficar-se pela injecção de liquidez ou baixar os juros? A segunda não é opção. Os bancos centrais ainda não se esqueceram de 1987: quando os mercados acalmaram, não absorveram o excesso de moeda.
E a inflação que daí resultou propiciou a recessão de 1991. Mas há outra razão para não baixar os juros: não premiar o infractor ('moral hazard'). Quem provocou a crise deve fechar portas (se for caso disso). Para não habituar os mercados à ideia de que o crime compensa.